terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Poupar na energia: campanhas de desconto estão nas ruas

O mercado das energias está ao rubro, com propostas de descontos a tentarem aliciar os cerca de 50% de portugueses que ainda não aderiram ao mercado liberalizado.

 Foto: Sufi Nawaz, Free Images
 
Na semana passada falei da questão da produção de energia para consumo próprio e das recentes mudanças na legislação e disse que falaria das promoções que algumas operadoras têm a decorrer até meados de Fevereiro, que prometem poupanças mais ou menos significativas na nossa conta de luz e gás.
 
Como eu dizia no início, o mercado das energias está ao rubro e todos . Estado e empresas de energia - querem que mudemos para o mercado liberalizado, abandonando um mercado onde os preços são fixados pelo legislador. Em teoria, esta mudança seria positiva se existisse verdadeira concorrência que beneficiasse os clientes, mas os preços praticados pelos vários agentes são demasiado "iguais" para serem benéficos.

Lembram-se quando o mercado dos combustíveis foi liberalizado, com a desculpa de que o Governo não podia controlar os preços sempre e agora os consumidores iam ter verdadeira opção de escolha porque, obedecendo à lei da oferta e da procura, as gasolineiras iriam praticar preços diferenciados? Balelas. Todos sabemos que as únicas gasolineiras que oferecem preços verdadeiramente concorrenciais são as das grandes superfícies comerciais e desde que surgiram que correm boatos sobre a qualidade do produto que vendem.
 
A verdade é que no mercado dos combustíveis a liberalização veio trazer uma pesada factura aos bolsos dos portugueses, não só quando estamos na bomba para atestar o carro mas quando adquirimos qualquer produto, uma vez que os preços dos combustíveis são considerados nos custos de produção dos produtos. E no mercado da energia confesso que temo que aconteça o mesmo.
 
Quando começaram as campanhas promocionais há cerca de dois ou três anos, nenhuma me agradou, razão pela qual ainda hoje me mantenho no mercado regulado. Dizem que estou a pagar mais, mas a verdade é que continuo a pagar basicamente o que sempre paguei e os descontos apresentados incidiram sempre sobre o termo fixo, também conhecido como potência contratada, que representa apenas cerca de 5% a 10% do valor total da minha factura. Ora, darem-me 10% desconto sobre 10% do valor da factura sempre me pareceu uma manobra de "atirar areia para os olhos". Aliás, a maior parte das pessoas achava que era 10% sobre o valor total da factura, lembro-me que os meus pais foram ao engano por causa disso.
 
A diferença nas promoções que agora surgiram é que os descontos são significativamente mais elevados, tanto na EDP quanto na Galp. A Galp foi a primeira a lançar uma acção promocional, reforçando a parceria que já tinha estebelecido com o Continente. Dias depois, a EDP apresentou uma campanha concorrencial. Mas vamos conhecê-las um pouco melhor.
 
O Plano Energia3 da Galp oferece 50% de desconto no termo fixo do gás e no termo fixo da electricidade e 12 cêntimos de desconto em combustível, em vez dos 10 cêntimos habituais. Se ainda utiliza gás de botija, poderá optar pelo desconto de 10% sobre o preço da mesma. Os descontos não são imediatos. Com cada factura é enviado um cupão de desconto que deve, posteriormente, ser descarregado no cartão continente.
 
Desvantagens da promoção da Galp: para ter direito ao desconto tem de aderir ao débito directo e à factura electrónica; depois, o desconto não é imediato e obriga o cliente a ter cartão continente e a deslocar-se a uma destas lojas para descarregar o desconto no cartão. Além disso, uma vez que o desconto está no cartão, este só poderá ser utilizado nas lojas do grupo Sonae onde o mesmo é aceite - Continente, Worten, Well e Modalfa. Se morar longe de um continente, deixa de ser vantajoso aderir a esta promoção. De acordo com a Deco, esta promoção compensa para os consumidores que gastem pouca energia.
 
Por seu lado, a promoção da EDP oferece 10% desconto sobre o valor total da factura antes do IVA, tanto para o gás como para a electricidade. As desvantagens desta tarifa resumem-se, a eu ver, no facto de obrigarem a débito directo e a factura electrónica. O facto de o desconto ser aplicado logo no pagamento da factura beneficia o consumidor, que fica com mais dinheiro disponível, em vez de o acumular em cartão. E quanto maior for o valor da factura, maior será o valor a descontar.
 
Confesso que estas duas promoções atraem-me. Até dia 15 de Fevereiro vou estudar bem, fazer contas e testar em simuladores qual a melhor opção para mim e depois partilha a escolha que fiz, e porquê.
 
Qual o plano de energia que tem? Já mudou para o mercado liberalizado ou ainda se mantém no regulado? Viu reduções reais no valor pago?
 

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