Poupar nas despesas diárias e esticar o ordenado qual pastilha elástica para chegar até ao próximo "dia de são receber" - como cantam os Xutos e Pontapés - parece ser um dos principais objectivos dos portugueses para 2015. Tanto assim é que o jornal i resolveu dar uma ajudinha e deixar algumas dicas.
Hoje começou uma nova fase na minha vida. Já não me lembrava do que era ter horas para acordar - apesar de ter um despertador na cabeça -, ter transportes para apanhar, ter horário para cumprir e ter de sair de casa quando está um frio de rachar ou a chover lá fora. Esta nova fase significa mais gastos, por um lado - passe e combustível -, mas maior poupança, por outro - menor consumo de electricidade, água e gás em casa.
Como qualquer português, fazer o dinheiro esticar até ao final do mês é o objectivo e como expliquei no sábado, além de ter muito pouco dinheiro disponível na conta, na carteira tenho apenas 10€ para toda a semana. Por isso, foi com agrado que na revista de imprensa desta manhã descobri este artigo, da jornalista de economia Sónia Peres Pinto publicado hoje no jornal i, sobre como fazer um orçamento familiar equilibrado.
A jornalista começa por afirmar que "cortar gastos supérfluos e rentabilizar o seu rendimento mensal são duas regras de ouro que deve seguir para evitar desagradáveis surpresas". Infelizmente, é mais fácil falar do que fazer, principalmente para quem tem poucos gastos supérfluos. Coisas como cortar no café, no tabaco, nos jornais ou revistas, levar almoço para o trabalho em vez de comer fora, cortar nas idas ao cinema, etc., nunca foram uma hipótese para mim, porque não são coisas em que gaste dinheiro habitualmente. Ok, gosto de comer bem e como fora algumas vezes por mês, o que vou ter de deixar de fazer, mas fora isso, tudo o resto não é opção.
Olhando para o meu orçamento e para o que todos os economistas, e este artigo, dizem: que as nossas dívidas/encargos não deverão ultrapassar 35% do nosso orçamento mensal, dá-me vontade de rir! É que as dívidas/encargos não só ultrapassam os 35% como ultrapassam os 100%! Seria cómico se não fosse trágico! Aliás, de acordo com este artigo, caí na categoria dos sobreendividados - gasta mais do que ganha e já não consegue pagar as dívidas que contraiu, se bem que eu ainda vou conseguindo, aos poucos, mas vou conseguindo. Adiante.
Depois de identificadas todas as nossas despesas, o artigo sugere que poupemos até 20% do nosso rendimento e que o retiremos logo no início do mês - é a política do pagarmo-nos um salário de que já falei aqui. Ainda não é possível, mas lá chegarei e mais depressa do que o esperado, acredito.
O texto inclui ainda dicas sobre onde poupar em casa (desde sempre que tenho lâmpadas economizadoras, por exemplo, e contam-se pelos dedos de uma mão as vezes que tomo banho de imersão num ano), na alimentação (sim, comigo vem o almoço mas também o lanche da manhã e o lanche da tarde e o pequeno-almoço é sempre tomado em casa), na banca e nos seguros (impossível descer o meu spread mais do que ele está desde que comprei a casa e nos seguros tenho o mais baixo que pode haver), nas telecomunicações (agora que a fidelização terminou este mês, está na altura de fazer nova ronda a ver se há algo mais barato por aí) e nos transportes (o meu passe é prova da poupança e estou seriamente a considerar trazer a bicicleta para Lisboa, mas confesso que tenho medo de andar no meio do trânsito).
No final, e para quem tem dinheiro a sobrar e pode investir, a jornalista explica quais os três tipos de investidor e os riscos associados. Eu sou conservadora, claro! Só não sou pior do que o Tio Patinhas porque ele além de não gastar um tostão é milionário e eu, se fosse milionária, ninguém me apanhava muito tempo no mesmo sítio.
Acha útil este tipo de artigo na imprensa generalista para nos ajudar a poupar?
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