segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

As escolhas que fazemos

A propósito do lançamento da nova revista Cristina, da apresentadora Cristina Ferreira, comecei a pensar na forma como gerimos as nossas finanças, a nossa carreira e a nossa vida. Se ao menos tivessemos uma bola de cristal no início da nossa vida...


Há uns meses estive numa acção de formação onde a Cristina Ferreira foi falar da sua experiência profissional e da forma como geriu e gere a sua carreira. Hoje, não sei porquê, acordei a pensar nisso e em como a forma como gerimos a nossa vida profissional e as nossas finanças se estende à forma como gerimos a nossa vida pessoal.

Sabem aquele ditado que diz que a nossa casa é o reflexo da nossa vida? Pois a minha casa é a cara chapada da minha vida, sem tirar nem pôr! E as inúmeras tentativas para a arrumar e manter arrumada revelam-se infrutíferas. Por mais que digamos que a nossa secretária desarrumada está, na verdade, "arrumada ao nosso estilo", que assim sabemos sempre onde estão as cisas, etc., a verdade é que a secretária está, pura e simplesmente, desarrumada.

E depois da secretária desarrumada vem a mesa onde colocamos as coisas quando chegamos a casa, e o nosso guarda-roupa, a sapateira, a cozinha, a despensa... quando damos por ela, só o trabalhão de arrumar tudo o que está desarrumado desencoraja-nos de o fazer. E, sem o percebermos bem, um dia damos com as nossas finanças completamente desarrumadas, com dívidas acumuladas e sem sabermos para onde nos viramos para começarmos a desenrolar o novelo em que elas estão envoltas.

Ou percebemos que não estamos satisfeitos com a nossa vida profissional, que nos falta algo, que não nos sentimos realizados nem chegámos onde queríamos chegar. E depois, olhamos para a nossa vida pessoal e damos conta que também aqui falhámos os nossos objectivos.
 
Acredito que muitos olhem para a Cristina Ferreira e a vejam como uma cabeça de vento, a típica "loira burra" que chegou onde chegou por ter um palminho de cara e, se calhar, ter feito o seu percurso por portas e travessas. Mas ao ouvi-la falar percebi que ela é uma mulher inteligentíssima, que soube sempre orientar a sua carreira, separar o trigo do joio, e isso levou-a até onde chegou hoje. Podemos dizer que teve alguma sorte à mistura, se calhar até teve, mas a verdade é que a sorte também se constrói, também se faz.
 
Olhando para trás percebo que cheguei onde cheguei por ter gerido a minha vida - pessoal, profissional e financeira - com descaso, ao sabor do vento e do imediato, sem um plano de futuro. Sem objectivos concretos, mensuráveis. Sem estabelecer que dentro de 3, 5 ou 10 anos quero estar aqui ou ali, quero ter isto ou aquilo. Sempre admirei as pessoas que toda a vida souberam o que queriam fazer. Lembro-me de, na primária, ter uma amiga que dizia que queria ser enfermeira e hoje é enfermeira. A prima dela queria aparecer na televisão, e hoje em dia aparece.
 
Pode ser genética, ou a forma como foram criadas, se calhar a acreditar que podiam tudo, ou destino ou temperamento. Seja o que for, a verdade é que visualizaram um objectivo e trabalharam para o atingir. Também é verdade que conheço casos de pessoas que imaginaram a sua vida pessoal de determinada forma, em determinada idade, e os mesmos não se concretizaram. Ou quem se contente com menos para atingir um objectivo "maior". Infelizmente, não tenho feitio para isso. Sou demasiado insatisfeita para me contar com metade ou com "second best"... acho que é a minha natureza, sou uma eterna insatisfeita.
 
Lembro-me de sempre ter dito que queria ir para fora do país, mas com uma situação profissional estável e um salário bem acima da média, conformei-me com uma função que não me satisfazia, apenas me permitia viver desafogadamente e viajar. E apesar de as condições de trabalho se terem degradado nos últimos anos, optei por fazer vista grossa e continuar a viver como vivia no tempo das vacas gordas. Só me posso culpar a mim, é verdade.
 
Mas em tempo de guerra não se limpam armas e também não vale a pena martirizarmo-nos com aquilo que fizemos e chorarmos sobre o leite derramado. É olhar em frente e mudar as coisas. Comecei pelas finanças, como sabem. Custa, não é nada fácil, mas vou ser capaz de o fazer. Agora, tratar de arrumar a casa. Esta vai ser uma luta interna grande, já que não gosto nada do trabalho da casa, mas gosto de ver a casa limpa e arrumada. Mantê-la assim é que custa. Talvez agora, trabalhando fora, custe menos a mantê-la arrumada, porque só estou em casa de manhã e á noite. Dizem que um hábito demora 21 dias a formar-se. Quantos dias demorarão vários hábitos a formar-se? Vamos descobrir.   
 
Também já deu por si a pensar o que andou a fazer com a sua vida? Com as suas finanças, com a sua vida profissional, com a sua vida pessoal? O que descobriu e que truques usou para mudar?

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