domingo, 9 de novembro de 2014

Série Ementas semanais - Dar uso aos livros de receitas

Esta foi uma semana muito complicada de trabalho - com reuniões, conferências e pedidos absurdos para "ontem", e que nesta fase obrigam a ter de se cumprir prazos indicados, ainda que os prazos finais sejam mais latos - que só terminou ontem, já tarde.

Hoje, domingo, vou aproveitar para fazer algo que ando há vários meses a tentar e raramente consigo: a ementa semanal. Um pouco por toda a blogosfera, e não só, são referidas as vantagens de se fazer a ementa semanal, mas nunca é de mais lembrar porque é que esta é uma ferramenta essencial para nos ajudar a poupar, na saúde e na carteira, por isso, começo hoje uma série aos domingos sobre este tema.

Muitas pessoas poderão pensar que definir com antecedência aquilo que vamos comer ao longo da semana deixa-nos muito pouco espaço de manobra para satisfazer desejos repentinos, mas isso não é verdade. Lá porque definiu que na terça-feira iria fazer panados de frango com arroz de tomate, isso não significa que não possa fazer antes o bacalhau à brás de quinta-feira ou ir comer fora, se lhe apetecer sushi, por exemplo, e mudar os panados de frango para outro dia da semana.

Para resultar, a ementa semanal tem de ser flexível. Já bem nos bastam todas as obrigações diárias, com horários e prazos a cumprir, obrigações às quais não podemos fugir, etc. Se transformamos aquilo que vamos comer numa obrigação, este - que é um dos maiores prazeres da vida - vai passar a ser um sacrifício quase intolerável e acabaremos por desistir de ter uma ementa, com todas as desvantagens que isso nos traz.

Contudo, uma das queixas que as pessoas (mulheres ou homens) responsáveis por preparar a comida da família todos os dias fazem é não saberem o que hão de cozinhar. Ao fim de alguns anos na cozinha, o acto de confeccionar as refeições torna-se tão monótono que as pessoas dizem já não ter ideias para fazer refeições e repetem sempre as mesmas coisas, o que, por seu turno, torna a hora da refeição numa actividade chata.

Apesar das queixas de falta de imaginação para fazer as refeições, muitas pessoas têm as prateleiras cheias de livros de receitas e as gavetas carregadas de revistas de culinária, além das receitas que vão recortando desta ou daquela revista e da panóplia de pratos diferentes que se pode encontrar na internet. O problema aqui não se trata de dificuldade no acesso a novas receitas, mas da falta de tempo para procurar alternativas.

Ao fazer a ementa semanal, poderá experimentar aquela receita que a levou a comprar aquela revista e que ainda não fez porque nunca mais se lembrou dela. Esta é uma forma de fazer render o dinheiro que gastou em todos aqueles livros e revistas de culinária os quais, aposto, no seu conjunto têm mais receitas do que oportunidades que teremos para as colocar em prática.

A minha mãe diz sempre que eu nunca vou fazer todas as receitas que tenho em casa e é verdade. Entre as dezenas de livros e de revistas de culinária, os recortes de jornais, pacotes de massas ou de outros produtos e de revistas, uma box de gravação de televisão por cabo cheia de programas de culinária e os milhares de receitas guardadas no disco do meu computador (entre elas todas as receitas de todos os episódios de todas as séries do Masterchef Austrália, programa do qual sou fã incondicional) - hum... começo a achar que tenho um problema de apego às coisas... deve ser o meu gene de caçadora-recolectora dos tempos do Paleolítico que se mantém bastante activo - não existem dias de vida suficientes para fazer todas as receitas, nem todas me agradam.

Mas fazer a ementa semanal vai-me permitir dar uso a essas receitas, variar nas refeições e acabar com os jantares de Nestum porque não sei o que hei-de fazer e a barriga já está a dar horas.
 
E o leitor, aproveita a ementa semanal para fazer aquelas receitas que sempre quis e nunca teve tempo? E nos dias em que não preparou nada ou não consegue pensar em nada para fazer, o que come?

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