Máxima prevista para hoje em Lisboa: 18º, no Porto: 17º. Chuva em ambas as cidades, bem como em quase todo o país, apesar de, neste momento, estar um sol fantástico em Lisboa.
Dizem os entendidos na matéria que as temperaturas vão continuar a descer até ao fim-de-semana. Parece que vem por aí uma vaga de frio, e eu que me esqueci de trazer um casaco mais quente. É o que dá dormir em casa alheia. Ainda por cima esta noite esteve gelada, mas já avisei que a cama precisa de mais cobertores, que aqui "je" é friorenta.
Mas ontem, enquanto preparava a mala de viagem, abro o roupeiro e vejo uma infinidade de casacos e blusões preparados para me ajudar a fazer face aos graus centígrados que teimam em descer. A diversidade é tanta que nem me apercebo que falta um, o mais quente de todos. A única coisa que penso é: "Há aqui casacos que não visto, devia vendê-los e fazer algum dinheiro com eles." E, logo a seguir, vem o eterno pensamento: "E se me apetecer vesti-los um dia?" São estes pensamentos que fazem com que o roupeiro vá ficando cada vez mais entupido de roupa que não é usada. Tenho de mudar isto.
Voltando ao casaco que "fugiu", finou-se e do qual nem sequer dei pela falta. Vou almoçar a casa dos pais e eis que a minha mãe me diz: "Olha, deitei fora aquele casaco grosso". "Qual casaco?" - pergunto eu, a pensar num de malha da Serra da Estrela, daqueles que picam mas aquecem. "Aquele de pele comprido, com pêlo por dentro. Quando vires outro assim quente, eu ofereço-to", - responde ela. "Fizeste o quê?!? Mãe, vou para os EUA no final do mês, está um frio de rachar, e tu deitaste fora o casaco mais quente que eu tinha?!", questiono, incrédula. "Estava todo sujo, trouxe-o para lavar. Não ia pagar 50€ para mandar lavar a seco. Lavei à mão mas não ficou bom, meti na máquina a quente e ficou todo hirto, deitei fora.", - diz, como se essa fosse a única solução.
O que é que aprendemos com isto? Morar próximo dos pais e eles terem a chave de nossa casa é um risco em muitas situações. Às vezes, as boas intenções dão maus resultados ou, como diz o velho ditado "de boas intenções está o inferno cheio." Vou rapar um frio desgraçado nos EUA porque acabei de ficar sem casaco para levar (ainda que o roupeiro esteja cheio de outras alternativas). E a minha mãe, apesar de ter a mania de aproveitar tudo, esqueceu-se de usar o tecido hirto para fazer umas mantinhas para as nossas cadelas. Acho que ela ainda não se deu conta da gravidade da situação actual para andar a estragar casacos mas, verdade seja dita, isso parece ter acontecido antes de o mundo virar de cabeça para baixo, o que acontece num segundo.
E agora vou fazer-me à estrada e ter muita fé que não me vou constipar com o blaiserzinho e a camisinha que tenho vestidos.
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