Os amantes de desportos radicais são pessoas que, por norma, gostam de ser a adrenalina. Também há quem pratique desportos radicais como forma de superação dos próprios medos. E depois há os que praticam desportos radicais em comboios, para poupar em estética, como eu.
Se está a pensar "até parece que é possível praticar desportos radicais dentro de comboios!" é porque nunca experimentou pintar as unhas num Alfa Pendular a mais de 200 km/h.
Sou adepta incondicional de aproveitar o tempo da melhor forma. Se vou para sítios onde sei que vou ter algum tempo de espera, levo sempre um livro comigo - esta é das poucas alturas em que consigo efectivamente ler... as saudades que tenho de andar ir de comboio para o trabalho, devorava livros até mais não. Há ocasiões em que até o portátil levo comigo porque quando se é profissional liberal a malta até pode precisar de ir à cabeleireira disfarçar os brancos, mas o trabalho não pode esperar.
E não interessa se estamos rodeadas de vapores intoxicantes - agora, de repente, lembrei-me da legionella em Vila Franca de Xira, estas associações que o cérebro às vezes faz são estranhas, ou então não - e com uma mistela manhosa na cabeça, se temos um deadline ou se temos alguma coisa para terminar, há que aproveitar todos os momentos de seca para o fazer.
Tenho amigas que me gabam a capacidade de ocupar sempre os tempos mortos com coisas. Ainda no outro dia, enquanto esperava na Segurança Social, fiz um cachecol num instante. Lá está, estar parada à espera da morte da bezerra é coisa que não me assiste. Hum, agora que penso nisso, se calhar sou hiperactiva e não sei... bem, adiante.
Na semana passada expliquei aqui que tive de tomar uma decisão que para mim foi difícil porque estou numa fase em que precisava mesmo de libertar energia num concerto, cantar a plenos pulmões e dançar até já não poder mais. Bem, em vez de ir ao concerto, apanhei o comboio para o dito congresso que durou o fim-de-semana todo. Seguindo a máximo do "há tanta coisa para fazer porque raio hei-de estar três horas sentada num comboio a olhar para ontem", apetrechei a minha malinha de mão com uma pinçazinha - estava a precisar de retocar as sobrancelhas - e com limas, vernizes e acetona para arranjar as unhas.
A parte das sobrancelhas até correu bem, consegui não espetar a pinça nos olhos nem tirar pêlos que não devia, mas a parte de pintar as unhas já foi outra história. Sabem a dificuldade que temos - quem não é ambidestro - em pintar as unhas da mão direita usando a esquerda? Agora juntem a isso um Alfa Pendular a 200 km/h e um percurso algo acidentado. A certa altura, parecia que estava num navio a atravessar uma tempestado em alto mar, já que começo a ver os vernizes e o frasco da acetona a deslizarem mesa fora e por pouco não os salvava de um mergulho para a morte.
Não sei como, mas lá consegui pintar as unhas. Cinco minutos depois chega o jantar que tinha encomendado. Toque aqui, toque ali, quando dei por ela tinha as unhas todas marcadas. Resultado: quando cheguei ao hotel vai de tirar o vernizinho todo.
O que é que deve reter desta história? Arranjar as sobrancelhas e as unhas em casa é possível e ajuda-a a poupar. Muito provavelmente até tem tudo aquilo de que precisa para fazer você mesma o trabalho. Eu tenho uma bolsa cheia de vernizes com anos - primeiro convém confirmar que se encontra tudo em condições de utilização - e existem lojas onde se conseguem arranjar bons vernizes por 1€ ou 2€.
Com esta operação, poupei 8€ em esteticista - 3€ das sobrancelhas e 5€ da manicure. Só não pinte as unhas no comboio, que a experiência pode não ser a mais feliz.
Com esta operação, poupei 8€ em esteticista - 3€ das sobrancelhas e 5€ da manicure. Só não pinte as unhas no comboio, que a experiência pode não ser a mais feliz.
Também costuma fazer manicure em casa? Que outros tratamentos de estética faz em casa? Resulta? Partilhe a sua experiência nos comentários.
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