quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Poupar nas férias #5 - passear

Alugar um carro ou andar de transportes públicos? A melhor forma de passearmos quando estamos de férias depende do tipo de férias que escolhemos.

Como já referi, nos últimos anos, eu e um grupo de amigos temos feito várias viagens que podem ser consideradas de circuito. A única diferença é que em vez de comprarmos um qualquer pacote numa agência de viagens, somos nós que fazemos o nosso próprio pacote de férias e definimos onde queremos ir, quando e quanto tempo lá vamos ficar. Já fizemos isto na Suíça - com passagem pela Alemanha e a Alsácia, em França -, já fizemos isto na Escócia e em outros sítios. Com outra amiga também já fiz isto em Itália.
 
É claro que para fazer este tipo de viagem o ideal é alugar um carro, porque permite-nos ir do ponto A ao ponto B ao nosso ritmo, além de podermos parar a meio do caminho quando queremos, e isso é isso que dá piada à viagem - passar por uma cidadezinha que tem algo que nos chama a atenção e nos faz parar é tão mais interessante do que ir em carneirada num autocarro e parar onde o operador turístico definiu, pelo período que ele decidiu.
 
Ultimamente tenho usado o site Rentalcars para alugar os meus carros, porque me parece que é o que tem os preços mais em conta - e comparando com o que usámos na viagem à Suíça, a diferença de preço nesse site e neste que indiquei para o carro para a Escócia foi de quase o dobro, pelo que, como é óbvio, alugámos por aqui -, mas nada como fazer uma pesquisa na internet.
 
E não se esqueça de confirmar se os seus cartões de crédito ou de associado lhe dão direito a desconto no aluguer de veículos. Caso tenha direito a descontos, faça pesquisa na net pelo preço mais barato e depois vá à companhia na qual tem o desconto e compare o preço, para perceber se vale a pena ou não alugar nessa.
 
Se as suas férias são aquilo que se chama city break, então o ideal é usar os transportes públicos ou, melhor ainda, andar a pé. Já perdi a conta ao número de quilómetros que faço sempre que estou de férias e fico espantada com a capacidade que tenho - e que os meus amigos têm - de palmilhar as cidades sem me queixar.
 
Na minha recente viagem a Nova Iorque, por exemplo, em duas horas fiz cerca de 80 quarteirões. A sério! Na primeira hora fui da East 92th Street à West 97th Street, o que significou, entre outras coisas, atravessar o Central Park à noite - ui, que medo! Na segunda hora, após uma breve pausa para conhecer mais uma instituição, desci a Broadway da 97th Street até à 42nd Street, que é onde fica a Grande Central Station. 
 
O mais engraçado é que enquanto descia a Broadway pensava: "Mas alguma vez em Lisboa eu ia do Campo Grande ao Marquês do Pombal a pé? E a nevar?" A única vez em que ando mais a pé em Lisboa é nos santos populares, já fiz do Saldanha até Alfama e voltei, mas é só. Ah e já fui de Santos até ao Cais do Sodré - e ficava espantada quando ouvia relatos de colegas que, à noite, quando saiam das discotecas nas Docas, iam até ao Cais do Sodré ou até Santa Apolónia a pé, achava que eram loucos. E eis-me ali, louca como eles, a palmilhar Nova Iorque a pé no meio de uma tempestade de neve.
 
É claro que podia ter feito o caminho de metro, ainda por cima tinha logo uma estação na 96th Street. Tinha de mudar de linha mas chegava à Grand Central num instante e apanhava o comboio mais cedo. Mas se o tivesse feito não teria aproveitado a neve que caia - uma sensação rara para quem vive em Lisboa e não frequenta estâncias de ski -, nem teria visto as iluminações de Natal. Não teria passado por um mercado de Natal no Columbus Circle nem visto o Mark Wahlberg a chegar para a ante-estreia do seu novo filme The Gambler, no Lincoln Center. Também não teria visto a árvore de Natal no Rockefeller Center nem sentido o espírito natalício de Nova Iorque.
 
Quando se anda pela cidade - e quando nos perdemos e fundimos nela - ganhamos muito mais do que o que ganhamos apenas a visitar aqueles que são considerados como os pontos mais importantes da cidade e que vêm assinalados no nosso guia de viagem - resta saber quem é que achou que aqueles eram os pontos mais importantes e não outros, mas essa é uma discussão demasiado longa para esta altura.
 
Atravessar o Central Park já noite serrada - algo que quem vê o CSI sabe que nunca deve fazer, mas pronto, a malta gosta de arriscar - com a neve a cair e ver tudo branco é uma visão indescritível. Eu parecia maluquinha a tirar fotografias e a cantar músicas de Natal. E descer a Broadway com os seus cartazes de néon e as suas imensas luzes enquanto a neve cai é uma sensação libertadora, que nunca seria possível se a viagem fosse feita de metro.
 
Mas para quem anda de metro, comboio e/ou autocarro dentro da cidade em visita turística, veja com antecedência online que tipo de tarifas e descontos têm. Muitas vezes compensa mais comprar um passe de sete dias - ou mesmo de um dia apenas - do que bilhetes individuais e algumas entidades ainda fazem desconto se o bilhete-passe for comprado online. Em Nova Iorque, por exemplo, o bilhete de metro individual custa $2,75 enquanto o passe de sete dias custa $30, que é o que vou comprar para a semana, se bem que ainda vá ponderar se vale ou não a pena. É que andar de metro é bom, mas a cidade conhece-se na rua, não debaixo do chão.
 
No fundo, o que é importante reter é que a forma como se desloca nas suas férias está intimamente ligada com o tipo de férias que vai fazer e isso, claro, influencia a quantidade de dinheiro que vai gastar no total da viagem. Não fiquei mais rica monetariamente por não ter pago os $2,75 do bilhete de metro, mas fiquei mais rica sim pelo que vivi e pelo que experienciei. Da próxima vez que fizer uma city break, seja para onde for, deixe o carro à porta e perca-se na cidade, vai ver que não perde nada.
 
Como se costuma deslocar nas suas férias? Partilhe a sua experiência nos comentários.  
 
 

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