Há coisas que me irritam profundamente e uma delas é a falta de respeito para com os outros, principalmente quando se trata dos nossos colegas.
Faço parte do grupo de pessoas que deu pulos de alegria quando entrou em vigor a nova lei do tabaco, que proibe fumar dentro de cafés, restaurantes, etc. Não fumo e não suporto o cheiro do tabaco, está bom de ver.
É claro que os lobbies não se fizeram tardar e, quando foi aprovada, a lei veio cheia de excepções à regra e afinal existem sítios fechados onde se pode fumar desde que obedeçam a determinados critérios, como terem mais de 100 m2 e terem um sistema de exaustão de fumos que cumpra os requisitos mínimos. O problema é que os requisitos mínimos são mesmo mínimos e aqueles exaustores estarem lá ou não estarem é quase a mesma coisa.
Além destes espaços, também não é possível fumar em edifícios públicos e muitas empresas vetaram o fumo dentro das suas instalações também. Nos Estados Unidos há empresas que vão mais longe e proibem fumar nas imediações dos próprios edifícios e não apenas dentro destes. Mas não estamos nos EUA e, por cá, mesmo em sítios onde é proibido fumar, há quem fuja às regras.
É o caso do sítio onde estou a trabalhar actualmente. Num edifício de três andares, o andar onde estou é o único onde os trabalhadores utilizam a janela para fumar, em todos os outros pisos os funcionários vão para a varanda ou para o exterior. O problema é que a janela fica no meio de um corredor que termina na sala onde estou, a qual, por sinal, não tem qualquer janela e tem apenas uma porta na outra extremidade, que dá para uma outra sala sem janelas, a qual dá, por sua vez, para novo corredor. Imaginem um corredor cortado por uma sala. É ai que fica o meu departamento.
Qualquer pessoa que fuma a uma janela tem consciência - ou deveria ter - de que o fumo não vai para fora, vem para dentro. É uma questão de física. Se a pessoa fuma do lado de dentro da janela, o fumo fica do lado de dentro... e vai parar todo à sala onde estou. Porque é que ainda ninguém resolveu esta situação? Porque das cinco pessoas que trabalham na minha sala, três utilizam a dita janela para fumar e a outra fuma de vez em quando e nem se apercebe do cheiro pestilento no ar. Sobro eu, que nos últimos dias passei metade do tempo a abanar-me como se estive com a menopausa ou o ar condicionado estivesse avariado e estivem 40º dentro da sala, tudo para tentar afastar o cheiro nauseabundo do fumo do tabaco.
E depois nem se pode fechar a porta do maldito corredor e abrir a do outro lado porque de vez em quando passa alguém no corredor lá do fundo e a senhora que fuma de vez em quando fica muito incomodada com o ruído ao fundo do túnel. E, por isso, eu apanho com o fumo de pelo menos um maço de tabaco todos os dias. Até os meus olhos ardem com a porcaria da névoa de tabaco que existe nesta sala. E viva o respeito pelos colegas e pelas regras!
Começo a pensar, seriamente, em deixar de tomar banho antes de vir para o trabalho, já que chego a casa todos os dias a parecer um cigarro ambulante - e o meu cabelo é óptimo para agarrar tudo o que é cheiros -, e em cobrar à entidade patronal a água, a electricidade e os detergentes utilizados a mais para lavar a roupa que todos os dias sai daqui direitinha para o cesto da roupa suja, tal é o fedor a tabaco entranhado na dita cuja. Tão entranhado que chega à roupa interior! É que é obrigação da entidade patronal zelar pelo cumprimento das regras e pela saúde dos seus funcionários, coisa que falha aqui redondamente.
Estou irritada com isto e o pior é que não posso fazer nada, o que me irrita ainda mais. É que sou a gaja nova e sabe-se lá até quando cá fico e é mau estar já a levantar ondas, mas isto incomoda-me mesmo e retira-me qualidade de vida. Estou irritada, pronto. Tenho dito.
No seu local de trabalho, existem regras que são quebradas pelos colegas e o afectam directa e negativamente?
Sem comentários:
Enviar um comentário