Os estrangeiros que vivem em Portugal vêm os portugueses como pessoas cronicamente atrasadas, demasiado simpáticas, que bebem café a mais e só se sabem queixar. Mas será que estamos assim tão mal como deixamos transparecer?
Este fim-de-semana fui almoçar com as minhas amigas de faculdade e meter a conversa em dia. Não estivemos todas presentes - por estes dias é complicado conseguirmos que estejam todas - mas foi uma tarde de paródia à moda antiga, agora com as crianças a dar outra cor às maluqueiras, claro. Aproveitámos para meter a conversa em dia e é engraçado ver a opinião que as minhas amigas têm de mim: uma pessoa desenrascada, que consegue sempre dar a volta às situações, isto tendo em conta a minha actual situação laboral/financeira.
É engraçado que nós, às vezes, nem sequer nos apercebemos da forma como os outros nos vêem, mesmo os que nos são mais próximos. E é engraçado ver a imagem que projectamos e a percepção que deixamos que os outros tenham em relação a nós. Como digo sempre, só conhecemos das pessoas aquilo que elas querem que conheçamos. Aprendi isso da pior maneira, mas é uma lição que ficou para a vida. Apesar disso, não deixei de confiar nem de acreditar nos outros... sou totó, eu sei ;)
Isto a propósito de um artigo que li num site norte-americano sobre os 20 sinais de que estamos melhor do que julgamos, que no fundo pretende contrariar aquela tendência pessimista - o fado - que os portugueses têm e mostrar que apesar de acharmos que estamos muito mal, afinal até não estamos assim tão mal. Duvida? Aqui fica a "prova".
20 sinais de que estamos melhor do que julgamos:
1- Pagou as contas este mês e até sobraram uns trocos para gastar em coisas supérfluas. Não interessa o quanto custou pagar as contas, o importante é que conseguiu.
2- Questiona-se e questiona a sua vida. Há dias em que se sente infelissíssima. Isso significa que existe espaço para crescimento, que tem capacidade de objectividade e discernimento. Os melhores chegam ao final do dia e pensam "talvez exista outra forma".
3- Tem emprego. Independentemente do número de horas que trabalhe e do dinheiro que ganhe por isso, tem uma fonte de rendimento que lhe permite colocar comida na mesa, dormir numa cama, vestir roupa todos os dias. Não é sinal de falhanço se não é exactamente aquilo que tinha pensado, lembre-se de que preserva a sua independência e assume as suas responsabilidades.
4- Tem tempo para fazer algo de que gosta. Mesmo que o que gosta seja estar sentado no sofá a ver filmes enquanto come take away.
5- Não está preocupada com a sua próxima refeição. Tem comida na despensa e no frigorífico e em quantidade suficiente para escolher o que lhe apetece comer.
6- Pode comer pelo simples prazer que isso lhe traz e não apenas para sobreviver.
7- Tem um ou dois amigos verdadeiros. As pessoas preocupam-se com a quantidade mas, com o tempo, acabam por perceber que o número de pessoas do seu círculo de amigos não coincide com o número de pessoas com as quais tem intimidade e se sente aceite e apreciado. No final das contas, a única coisa que queremos é ter é alguns amigos verdadeiros que nos conheçam e gostem de nós, independentemente de tudo.
8- Esta manhã pode pagar uma viagem de metro, um café ou a gasolina do carro. As pequenas comodidades, e muitas vezes necessidades, não são variáveis para si.
9- Não é a mesma pessoa que era há um ano. Está a aprender, a crescer e consegue identificar em que é que mudou para melhor e em que é que mudou para pior.
10- Tem tempo e meios para fazer mais do que o estritamente necessário. É provável que tenha ido a um concerto nos últimos anos, que compre livros para ler, que visite uma cidade próxima se lhe apetecer, não tem de estar sempre a trabalhar para sobreviver.
11- Tem uma selecção de roupas à sua disposição. Não está preocupada com a falta de um chapéu ou luvas num Inverno rigoroso, tem roupas frescas para o Verão e algo especial para usar num casamento. Não só pode proteger e decorar o seu corpo como o pode fazer de acordo com a ocasião.
12- Consegue perceber o que não está bem na sua vida. O primeiro passo, e o mais crucial, é ser atenta. Ser capaz de dizer a si mesma que "algo não está bem, mas ainda não consigo perceber o que seria melhor".
13- Se pudesse voltar atrás no tempo e falar consigo mesma quando jovem diria "conseguimos, sobrevivemos a isto". Não poucas vezes as pessoas trazem para o presente os seus traumas passados e se quer uma prova de que transportamos quem fomos para quem somos basta pensar como responderia a sua criança interior ao ouvir "vai correr tudo bem" da sua versão adulta.
14- Tem um espaço só seu. E não precisa de ser uma casa ou um apartamento, mas é óptimo se assim for. Basta ter um quarto, um cantinho, uma secretária onde possa estar sem quaisquer preocupações. Onde decida quem pode fazer parte do seu pequeno mundo e em que moldes. É das poucas coisas que podemos efectivamente controlar.
15- Perdeu relações. Mais importante do que as ter tido é você ou o seu ex-companheiro não se terem conformado. Permitiu-se a possibilidade de ver se existe algo mais do que isso.
16- Interessa-se por algo. Seja como viver de forma mais feliz, como manter melhores relações, ler, ver filmes, ter relações sexuais, a sociedade ou o eixo em que a Terra gira, algo a intriga o suficiente para tentar saber mais.
17- Sabe tomar conta de si mesma. Sabe de quantas horas de sono precisa para se sentir bem no dia seguinte, a quem recorrer quando lhe partirem o coração, o que lhe agrada fazer, o que fazer quando não se sente bem, etc.
18- Está a trabalhar em prol de um objectivo. Mesmo que esteja exausta e o objectivo pareça estar a milhas de distância, tem um sonho, ainda que vago e moldável.
19- Mas não se compromete com nada exclusivo para o seu futuro. Algumas das pessoas mais felizes e bem adaptadas são as que conseguem transformar qualquer situação em algo ideal, que estão demasiado submersas no momento para planear intrincadamente e comprometer-se com apenas um resultado.
20- Já passou por algumas coisas. Tem a capacidade de olhar para os desafios que enfrenta actualmente e compará-los com outros que pensou não ser capaz de superar. Consegue acalmar-se com base na sua experiência de vida. A vida não se tornou mais fácil, você é que se tornou mais esperta.
Depois disto, continua a assim tão mal como pensa?
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